EFEITOS E COLATERAIS

ESTERÓIDES ANABOLIZANTES:
EFEITOS ANABÓLICOS E ANDRÓGENOS

Nabiha Haddad Simões Machado1 ; Maria do Socorro2; Naiane Marinho2;
Nayara Vieira Pinheiro2; Paulo Roberto R. da Silva2 ; Rafael Farias de Melo2; Rogério
Lima Lacerda2; Rubens Vieira Guimarães2 & Veruza de L. Leme2.

RESUMO – Esteróides anabolizantes são derivados sintéticos do hormônio testosterona.
Esta pesquisa literária objetivou relacionar os principais efeitos anabólicos e andrógenos,
decorrentes do uso destas substâncias no organismo humano.


INTRODUÇÃO

Os esteróides constituem um grande grupo de substâncias que apresentam
uma estrutura básica comum, conhecida por estrutura do gonano ou 1,2-
ciclopentanoperidrofenantreno. Este núcleo é formado por 6 átomos de carbono
(fenantreno) ligados a um anel com 5 átomos de carbono (ciclopentano). O
colesterol constitui a principal fonte precursora dos esteróides hormonais, cuja
biossíntese ocorre no interior de células típicas, na presença ativa de enzimas,
principalmente através de reações de hidroxilação. Os principais produtores de
hormônios esteróides são: glândula supra-renal, testículo, ovário e placenta.

São chamadas anabolizantes, as substâncias que favorecem o anabolismo,
ou seja, a construção de moléculas complexas que podem ser utilizadas quer
como alimento de reserva quer como matéria viva. Os principais anabolizantes
são os hormônios esteróides classificados como androgênicos. Os esteróides
anabólicos comercializados são derivados sintéticos do androgênio testosterona.

O objetivo deste trabalho é pesquisar na literatura, os principais efeitos
anabólicos e andrógenos dos esteróides anabolizantes.

DESENVOLVIMENTO

As ações farmacológicas dos androgênios são conseqüência de suas ações
fisiológicas. Três efeitos decorrem de suas aplicações: ação virilizante, ação
antiestrogênica e ação anabólica. Nem sempre é possível isolar estes resultados,
sobretudo as ações virilizante e anabólica.

O efeito anabólico corresponde à propriedade da testosterona de promover
um aumento da massa muscular, através da hipertrofia de fibras musculares,
devido ao aumento da síntese protéica intracelular. Os esteróides sintéticos
conseguiram potencializar este efeito, promovendo aumento da força de
contratilidade e do volume da célula muscular, através dos seguintes mecanismos:
incremento da armazenagem de fósforo creatina (CP); balanço nitrogenado
positivo; maior retenção de glicogênio, favorecimento da captação de
aminoácidos; bloqueio do cortisol.

Já o efeito andrógeno da testosterona, ocasiona o desenvolvimento das
características sexuais secundárias masculinas e a maturação dos órgãos
reprodutores masculinos (crescimento do pênis e do escroto; aparecimento de
pêlos púbicos, axilares e de barba; crescimento da laringe e espessamento das
cordas vocais, resultando numa voz de timbre baixo; maior ativação das glândulas
sebáceas e espessamento da pele; alterações psicológicas e comportamentais).

Os protótipos dos esteróides anabólicos visam minimizar, ou erradicar, tais efeitos,
a fim de obter moléculas que apresentem um efeito anabólico superior ao da
testosterona e um mínimo de efeitos andrógenos.

Clinicamente, os androgênios são indicados em algumas terapêuticas de:
hipogonadismo e castração; tumores mamários; osteoporose; controle de
menopausa e andropausa. Entretanto, são justamente as propriedades
andrógenas dos esteróides anabólicos que resultam em efeitos colaterais e
contra-indicações. Dependendo da proporção entre droga utilizada, tempo e
quantidade, os riscos do uso de um esteróide podem ser maiores ou menores,
começando por reprimir a produção natural de testosterona pelo organismo.

A carga andrógena elevada pode provocar, durante o ciclo de uso da droga,
algumas conseqüências, como:

- Paralisação da produção de espermatozóides com conseqüente
infertilidade, ou esterilidade transitória;
- Ginecomastia, decorrente da aromatização (transformação do anel A da
estrutura básica ciclopentanoperidrofenantreno do andrógeno, num anel
aromático), geradora de reações feminilizantes.
- Aparecimento de acne e espinhas;
- Alopecia androgênica;
- Masculinização na mulher, manifestada por hirsutismo, amenorréia,
aumento do clitóris, atrofia das mamas e do útero, recuo da linha de
implantação capilar, alteração da voz;
- Distúrbios cardiovasculares, como hipertensão arterial, infarto, trombose;
- Propensão à hipertrofia e câncer de próstata;
- Indução ao câncer das gônadas;
- Elevação dos níveis de colesterol;
- Náusea e vômito;
- Irritabilidade;
- Perda de concentração;
- Insônia.


A queda do esteróide anabólico, imediatamente após uma interrupção abrupta
do mesmo, pode gerar efeitos colaterais como: impotência sexual, hipogonadismo,
aumento de características sexuais secundárias femininas, depressão. Outros
efeitos não relacionados com o caráter andrógeno dos anabolizantes também são
observados, destacando-se: hepatotoxicidade, lesão renal e dependência
psicológica. Alguns dos distúrbios relacionados são reversíveis e, muitos são de
manifestação tardia, o que contribui para uma forte tendência abusiva ao uso dos
anabolizantes, pelo fato do usuário nem sempre perceber de imediato o prejuízo
para sua saúde.

CONCLUSÃO

Os esteróides anabolizantes são responsáveis por uma série de efeitos
orgânicos, que podem ser agrupados em anabólicos e androgênicos. Os efeitos
anabólicos promovem o aumento da massa e da força muscular; enquanto os
efeitos androgênicos ocasionam o desenvolvimento de características virilizantes.
A carga androgênica também é responsável pela maior parte dos efeitos colaterais
gerados por essas substâncias. Dependendo da proporção entre droga utilizada,
tempo e quantidade, os riscos do uso de um esteróide podem ser maiores ou
menores, reversíveis ou irreversíveis.

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